[Crítica] F1 - O Filme (2025)

 Entre curvas, memórias e homenagens, um espetáculo imperdível.


Filmes baseados em velocidade têm virado uma tendência. Ultimamente, tivemos alguns excelentes e outros nem tanto. Títulos como Need for Speed – O Filme (2014) e Ford vs Ferrari (2019) mostraram ser possível unir boas histórias com velocidade. Hoje vivemos um momento complicado no cinema, com filmes de herói tendo pouca adesão do público — reflexo de tempos difíceis, ingressos caros e outras questões.

 

Sou uma pessoa que acompanha a Fórmula 1 sempre que possível. Sei, de forma superficial, algumas regras e estratégias, conheço as personalidades de vários pilotos e tinha muitas dúvidas sobre como adaptariam este filme, dada a complexidade do esporte. Qualquer erro no roteiro ou na execução poderia transformar tudo em um documentário, ou “apenas” em um filme de corridas de F1. Para minha surpresa, eu estava errado e, sem spoilers, vou dizer o que achei.


Na história, Sonny Hayes (Brad Pitt), um piloto veterano que se afastou do esporte nos anos 90, é persuadido a retornar às pistas por um amigo, proprietário de uma equipe novata e com dificuldades: a APXGP. A missão de Hayes é atuar como mentor para o jovem e promissor Joshua Pearce (Damson Idris) e, ao mesmo tempo, ajudar a equipe a alcançar um desempenho competitivo que garanta sua sobrevivência no mundo acirrado da Fórmula 1. Em meio a desafios de alta velocidade e à complexa dinâmica de equipe, Hayes confronta seu próprio passado enquanto tenta levar a APXGP à glória.

 

Para mim, um dos grandes acertos do filme é a direção de Joseph Kosinski, de quem gosto muito por Tron: O Legado (2010) e, mais recentemente, Top Gun: Maverick (2022). Não há dúvida de que ele sabe filmar ação e te colocar dentro da cena. Em vários momentos, você tem a perspectiva do piloto, sentindo ansiedade, fadiga, estresse e adrenalina a cada curva. Ver essas sequências em tela grande foi incrível.


Outro destaque é a entrega de Brad Pitt: um personagem cheio de camadas, conflitos e frustrações. Em vários momentos, o jeito de olhar, falar e agir faz a gente sentir o peso do passado dele — algo que, mais adiante, se confirma. Quando está em cena com Javier Bardem, Kerry Condon, Callie Cooke e os demais, tudo funciona muito bem: diálogos, olhares… ele realmente se destaca como pilar da produção.

 

Damson Idris, que interpreta o novo piloto Joshua Pearce, também está muito bem. Ele entrega um personagem temperamental, cheio de idas e vindas — o oposto de Hayes —, o que deixa tudo mais complexo. Kerry Condon, como Kate McKenna, é outra que gostei demais em tela. Que personagem carismática! É impossível não querer saber mais sobre ela e seu passado, e o roteiro até traz um pouco disso — para mim, excelente.


A trilha sonora é um show à parte. Hans Zimmer mais uma vez surpreende com uma composição impecável, animada, elétrica, que funciona em cada situação. Ele é um velho conhecido da indústria e não decepciona. Sem falar na quantidade de músicas licenciadas, que deixam tudo ainda mais épico.

 

Para mim, o ponto mais fraco é o roteiro. Há momentos de conveniência e várias cenas resolvidas de um jeito que jamais aconteceria na vida real. Você não precisa entender nada de Fórmula 1 para acompanhar o filme; só que, se você sabe o básico, algumas soluções vão incomodar. Mas é um filme, né? Se ficasse próximo demais da realidade, talvez virasse um documentário — e não é essa a proposta.


O filme teve acesso a quase tudo na F1, inclusive dias de corrida, e contou com consultoria de Lewis Hamilton, o que dá mais autenticidade — e isso aparece na tela. Outro momento importante é a bela homenagem a Ayrton Senna. Para qualquer brasileiro, fica ainda mais especial quando há uma referência tão significativa: além de enriquecer a história, deixa o coração quentinho.

 

Com tudo isso, o que posso afirmar é o tamanho da experiência cinematográfica. As cenas são espetaculares, a fotografia é ótima e este filme, sem sombra de dúvida, precisa ser visto no cinema, na maior tela e com o melhor som possível — é uma das melhores experiências de 2025.)

 

Nota: 9.5

Com muita velocidade, adrenalina e cenas de tirar o fôlego, F1: O Filme é sensacional! As corridas são apresentadas de uma forma espetacular e inédita. O roteiro tem alguns momentos de conveniência que podem incomodar os fãs mais exigentes de Fórmula 1, mas o elenco carismático e espirituoso faz tudo funcionar, tornando este um dos melhores filmes de 2025.

 

Sinopse

A lenda das corridas Sonny Hayes é convencido a sair da aposentadoria para liderar uma equipe de Fórmula 1 em dificuldades e orientar um jovem piloto talentoso enquanto busca mais uma chance de glória..

                                 Trailer

Diones Santana

Fundador do Acervo Nerd e apaixonado por videogames. Apresentador do canal "Diow Games" no YouTube e amante de um bom rock! facebook twitter instagram

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