[Crítica] Superman (2025)

 Entre acertos e tropeços, James Gunn devolve alma e carisma ao Superman.


Quantos filmes do Superman já foram lançados? Quantos atores já vestiram o manto de um dos heróis mais conhecidos do mundo? A história do azulão é cheia de idas e vindas. Tivemos várias versões, como Lois & Clark (1993) e a incrível adaptação com Christopher Reeve, que humanizou e popularizou o herói nas décadas de 70 e 80, sendo lembrada até hoje.

 

Sem falar na série Smallville (2001), que em suas 10 temporadas trouxe esse universo mais próximo dos jovens dos anos 2000 — eu incluso. A trajetória do último filho de Krypton em sua fase mais jovem sempre fascinou. Clark Kent, ou melhor, Superman, já foi reimaginado diversas vezes até chegarmos à versão de Zack Snyder, inspirada em Injustice, que dividiu opiniões. E eu entendo o porquê. Agora, em 2025, temos uma nova abordagem nas mãos de James Gunn.

 

Gunn tem um histórico excelente, consolidando sua carreira ao adaptar personagens menos conhecidos das HQs e transformá-los em ícones pop. Agora, no comando da DC Studios, ele nos traz sua visão de Superman. Mas será que ele conseguiu adaptar bem um dos personagens mais complexos que existem? É disso que falo abaixo, sem spoilers.


Em Superman (2025), Clark Kent já atua como Superman, tentando equilibrar sua herança kryptoniana com sua vida humana como repórter no Planeta Diário. Ele enfrenta desafios épicos, lidando com conflitos internacionais e com a manipulação de Lex Luthor, que busca desacreditar o herói.

 

Para mim, uma das principais mudanças é o tom e a coloração do filme. Esqueça o clima dark e as músicas tristes da era Snyder. Gunn entrega um filme extremamente colorido, com músicas alto-astral, que lembram muito os clássicos com Christopher Reeve. E isso, honestamente, me agrada bastante, já que sempre vi o Superman como símbolo de alegria e paz. O roteiro nos leva por cenas onde o herói salva animais, ajuda as pessoas, está sempre vigilante e pronto para estender a mão. Esse lado do Superman fazia falta nas versões do Henry Cavill.


É um filme claramente pensado para fãs de quadrinhos e pode não funcionar para todos. Muitos detalhes são profundos e fiéis às HQs, o que pode assustar quem está mais acostumado com versões mais “realistas”. Por exemplo: os robôs da Fortaleza da Solidão e Metrópolis têm uma estética bem diferente do mundo real que vimos em outras adaptações. Para mim, é um dos filmes que mais se distanciam de um universo parecido com o nosso — me lembrou bastante a Gotham criada por Tim Burton.

 

Uma coisa que me deixou muito satisfeito foi a entrega do elenco. Temos aqui, na minha opinião, a melhor adaptação de Lex Luthor já feita. Nicholas Hoult se transforma em tela: ele consegue realmente nos passar raiva, e eu tinha dúvidas se ele daria conta desse personagem tão complexo. Posso dizer com tranquilidade que ele superou Michael Rosenbaum, de Smallville, que sempre foi meu Lex favorito.


A Lois Lane da Rachel Brosnahan também tem tudo para ser a melhor versão da personagem. Ela é cheia de carisma, e, junto com David Corenswet, funciona muito bem. O romance entre os dois e suas camadas são muito bem construídos, com uma química incrível. Porém, nem todos os personagens têm o mesmo destaque. A Mulher-Gavião da Isabela Merced está bem perdida no roteiro, com pouquíssimos minutos de tela. Já Nathan Fillion como Guy Gardner/Lanterna Verde e Edi Gathegi como Sr. Incrível funcionam muito bem e têm seu espaço garantido.

 

Agora, quem rouba a cena de verdade é o Krypto. Eu tinha receio de como o supercão funcionaria, mas posso dizer que todas às vezes que ele aparece, é acerto na certa. O CGI tem alguns momentos mais ou menos, mas nada que estrague o filme — só se você ficar realmente procurando defeito. Vale dizer que, por mais que eu tenha gostado bastante do filme, o que menos funciona é o roteiro. Muitas vezes ele se apoia em soluções de contingência ou deixa pontas soltas demais.


Ainda assim, para mim, é um filme que entrega um resultado positivo. David Corenswet está incrível como Superman. Diferente de outras versões, aqui ele apanha, aprende com os próprios erros e cresce. Tem um monólogo na reta final que me ganhou de vez. E, para quem curte cenas pós-créditos: temos duas, incluindo uma aparição especial. Superman (2025) tinha tudo para dar errado, mas no fim deu certo. Com alguns ajustes futuros, tenho certeza de que Gunn pode continuar trazendo adaptações excelentes nessa mesma linha.

 

Nota: 8.5

Superman (2025) é um começo ousado, sincero e divertido para o novo universo DC. Mesmo com deslizes no roteiro e no CGI, entrega uma versão mais esperançosa do herói, algo que há anos não víamos nas telas. Há falhas e momentos que não fazem muito sentido, mas é um início que diverte e, principalmente, reacende a esperança no que está por vir.

 

Sinopse

Um herói movido pela crença e pela esperança na bondade da humanidade. Em Superman, acompanhamos a jornada do super-herói em tentar conciliar suas duas personas: sua herança extraterrestre como kryptoniano e sua vida humana, criado como Clark Kent (David Corenswet) na cidade de Smallville, no Kansas. O novo filme irá reunir personagens, heróis e vilões clássicos da história de Superman, como Lex Luthor (Nicholas Hoult), Lois Lane (Rachel Brosnahan), Lanterna Verde (Nathan Fillion), Mulher-Gavião (Isabela Merced), entre outros. O chamado de Superman será colocado à prova através de uma série de novas aventuras épicas e diante de uma sociedade que enxerga seus valores de justiça e verdade como antiquados.

                                  Trailer

Diones Santana

Fundador do Acervo Nerd e apaixonado por videogames. Apresentador do canal "Diow Games" no YouTube e amante de um bom rock! facebook twitter instagram

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